Por Cláudia Fazzolari
O registro de uma passagem significativa em nossas vidas pode e deve representar um exercício de reconhecimento de importantes marcas que os amigos deixam em nós. De minha parte fica a admiração de quem conviveu com o amigo João Gomes durante mais de uma década e muito aprendeu com a generosidade de um profissional sempre atento ao outro.
Segue assim o meu relato que, certamente, encontrará eco em todos aqueles que conviveram com ele, seja por largas temporadas ou mesmo por breve período. No início da década passada, João Gomes recebia um convite – entre outros muito comuns em seu cotidiano – para compor banca de avaliação de concurso público de provas e títulos para carreira de magistério superior no Departamento de Comunicação da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG.
Quando recebeu o convite, o responsável pela composição da banca de examinadores solicitou que ele mesmo indicasse outro colega externo – a banca era composta também com docentes do próprio Departamento – que pudesse partilhar os trabalhos com ele.
Entre muitos amigos e colegas de profissão, todos titulados e com larga experiência, João Gomes poderia ter convidado professores que trabalharam com ele na Pós-Graduação ou colegas de doutorado que acompanharam sua brilhante trajetória na FAU USP, mas lembrou-se de mim, indicando meu nome para a composição da banca; uma colega que recentemente trabalhava com ele na graduação, em uma instituição de ensino superior.
De fato, fizemos uma boa parceria, trabalhamos muito naquela semana em Belo Horizonte, conhecemos toda a estrutura do departamento, organizamos os parâmetros para a avaliação, debatemos os memoriais, acompanhamos as provas didáticas, entre tantas atividades que, sem dúvida, marcaram uma etapa de formação muito importante em minha trajetória em um momento de convivência profissional de grande aprendizado.
Deixamos bons colegas na FAFICH, um ambiente de troca consolidado e confirmamos uma amizade mais sólida baseada no respeito e, de minha parte, também na admiração de um generoso companheiro de interlocução na vida acadêmica.